Nós esperávamos que as pessoas do século XXI fossem alegres, soltas, divertidas, afinal de contas, elas têm tido acesso a uma poderosa indústria do lazer, mas eis que as pessoas estão estressadas, represadas e tristes. Esperávamos que o acesso à tecnologia e aos bens materiais fizesse com que as pessoas tivessem mais tempo para si mesmas. Mas, raramente, elas gastam tempo com aquilo que amam. Vivemos espremidos em sociedades populosas, mas a proximidade física não trouxe a proximidade emocional. O diálogo está morrendo. A solidão virou rotina. As pessoas aprendem por anos as regras da língua, mas não sabem falar de si mesmas. Os pais escondem suas emoções dos seus filhos. Os filhos ocultam suas lágrimas dos seus pais. Os professores se escondem atrás do giz ou dos computadores. Psiquiatras e psicólogos estão tratando, sem sucesso, a solidão, pois ela não se resolve entre quatro paredes de um co