E aquele moço ia caminhando pela floresta a esmo, sem rumo, como se quisesse fugir de algo ou de alguém. De repente, tropeçou em alguma coisa que lhe chamou a atenção. Era uma menininha. Estava semi-adormecida. Ela abriu os olhos e, ainda assustada, perguntou: - É o senhor quem vai me levar? - Levar para onde, minha querida? - Para algum lugar onde eu possa morar, comer e dormir. - Como assim, garota? - É que meu pai me deixou aqui, no meio da mata e disse que, se eu tivesse sorte, um anjo viria me buscar... Se não tivesse, ficaria aqui para sempre, até morrer de fome ou um bicho me comer. - Seu pai fez isso com você? - Sim... Meu pai é muito bravo. Ele bebe, fica nervoso, bate em todos lá em casa. Minha mãe, coitada, doente, só faz chorar... Quando ele vai ajudar um filho, ele bate mais nela. O senhor é o anjo? Não, minha bonequinha, eu não sou anjo. Talvez seja, não sei. Se Deus me colocou em seu caminho pode ser que eu venha a ser o seu Anjo da Gua