Em nossa idade, depois do meio século, o amor já percorreu estradas, dobrou esquinas e optou em encruzilhadas. Já errou, já acertou, já deslizou. Já se arrependeu e, inevitavelmente, o tempo se foi. Viveu-se o amor, perdeu-se o amor, alguns pelas mãos de Deus, outros pelo enfraquecimento do viver a dois. Hoje o nosso olhar em direção ao amor continua mais lindo, pois na longa caminhada dos sentimentos, aprendemos a somar, a dividir e a multiplicar, sem chances de diminuir no conhecimento do sentimento do amor. O amor maduro chega de mansinho e se aloja em nossa vida, sem tempo para acabar. O caminhar a dois é mais sereno, a cumplicidade existe, o carinho é mais espontâneo, não nos inibimos diante do querer. A sintonia é completa e as lembranças são depositadas no álbum da saudade, que guardamos, de um tempo que não volta mais. Namorar na nossa idade é carregar a ternura no olhar. A construção do caminhar a dois é a soma do querer, é o encontro de duas almas