Nada melhor para começar o ano do
que uma oração: oremos agradecendo pelo ano que passou, agradecendo pelo ano
que se inicia, agradecendo pela vida e suas boas oportunidades. O mais
fundamental, nos momentos de oração, é lembrar-se de pedir por “nós”. O nós em questão;
é o irmão menos favorecido, é a paz mundial, é a humanidade, é o planeta terra
com todas as suas criaturas, como disse João Mohana: (...) “uma vez que não se atravessa o mar do nós, não
se alcança o porto da paz com os outros, recusando-se obstinadamente a viajar
como irmão com os irmãos.” É hora de
termos consciência de que, não somos apenas células soltas, ao contrário, somos
seres de complexa tecnologia interligados e cada um tem papel essencial no movimento da engrenagem, ou seja, com o Todo.
Refletindo nas palavras Berdiaeff;
“Se tenho fome, isto é um fato físico. Se
meu vizinho tem fome, é um fato moral”. Dessa forma, o orante que se
deslumbra com as maravilhas da vida e anestesia o coração ao trágico do outro, perde
a sua beleza e sua autenticidade. Como
pode o amor de Deus habitar naquele que possui bens e fecha o coração ao irmão necessitado?
(1 Jo 3,17)
Todavia, para vivermos essa comunhão
com o nós, é preciso de um poderoso ingrediente; o amor. Muhana também nos diz:
“O amor é o denominador comum dos atos do
cristão. Sejam atos místicos, de prece, sejam atos sociais, de serviço. Não podia
ser de outro modo. Sendo um encontro filho-Pai, a prece é dinamismo bilateral
de amor. Sobretudo, quando se sabe que nesse binômio o Pai é Amor, então, o
Amor não se veste senão de amor. E esse é o traje para os encontros com Ele. Amor”.
O psicólogo Schilder, em seus
estudos constatou que na experiência de ódio a imagem do corpo se contrai e na
vivencia do amor se expande, chegando mesmo a incluir fenomenologicamente
outros seres.
Ainda embalados no pensamento de
Mohana, constatamos que se o amor leva a esses resultados corporais, pergunto o
que não faz espiritualmente? “No nível do
espírito, a expansão é ultrapassada, incluindo uma faixa bem mais ampla de
outros seres. Interessa-nos aqui saber que essa expansão envolvente de outros
seres também acontece na forma orante do amor, a prece. É à custa desse luxuoso
e sublime privilégio do amor, que qualquer um de nós, sem sair da cadeira de
sua oração, abarca e abraça a criação inteira, tudo quanto existe fora do nada,
e Deus que sustenta a universal existência. É à custa desse assombroso e
delicado poder, que o espírito do orante pode atingir facilmente, no vaivém do
amor, tanto o Pai quanto o Filho, pois a bilateralidade do relacionamento irmão-irmão
também se apóia no mesmo sentimento”.
Fica aqui o nosso convite, vamos
orar com autenticidade, com amor, orar para o coletivo, o Todo, para que Deus
possa concluir o sonho que sonhou ao nos criar.
Feliz oração de uma nova consciência,
neste 2013.
Beijos na alma,
Simone Anjos
(Texto
baseado e citações extraídas do livro de “Paz
pela Oração”, de João Mohana, 5ª Ed. Rio de Janeiro: Agir, 1981).
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