Quando se trata da conduta moral, os seres humanos utilizam-se do livre arbítrio ou da sua liberdade que lhes é peculiar e, se decidem por fazerem o mal (espíritos inferiores), apreendido pela sindérese, aos seus semelhantes, sejam eles encarnados ou não, e se o conseguem, terminam por acarretar prejuízos mentais, sociais, emocionais, tanto quanto físicos, materiais e econômicos financeiros, a depender do nível moral em que se encontram ambos, vítima e desafeto. E se decidem por fazerem o bem (espíritos superiores), trarão grandes benefícios no âmbito individual quanto no da sociedade, quiçá no da humanidade.
Assim, por
exemplo, um espírito obsessor (ser humano desencarnado ou não) na sua maldade e
desejo de vingança, ou por mero prazer de transmitir o seu sofrimento ou a sua
dor à sua vítima, numa perseguição cruel, age com prudente operação planejada,
de forma que geralmente consegue alcançar seus objetivos nefastos. E consegue,
na maioria das vezes, no caso em que o seu suposto inimigo se encontra vibrando
também numa baixa intensidade de freqüência psíquica e as ondas emitidas pelos
seus pensamentos e sentimentos se sintonizam, interpenetrando e acoplando-se o
perispírito de um ao outro, produzindo diversos estragos, como dito acima.
É claro, pois,
que o obsessor é possuidor de inteligência prática e, portanto, é o órgão ou
sensor ético racional que lhes permite conhecer os princípios fundamentais da
sua ação; agir com prudência ou sabedoria; avaliar a sua conduta e reconhecer
que fez, faz ou quer fazer mal à sua vítima. É o que observamos quando estamos
no Centro Espírita (Casa da Fraternidade
Noélia Rodrigues Duarte, Boca do Rio - Salvador /BA), nas reuniões
mediúnicas, momento em que o espírito comunica as suas ações ou intenções
maléficas, deletérias, através do médium que o incorpora, como realizou ou como
pretende realizá-las. Porém, depois de aconselhado, doutrinado segundo os
princípios morais do Evangelho de Cristo, sua consciência moral se alarga, se
amplia e pode arrepender-se do que fez ou do que iria fazer e, neste último
caso, pode desistir do tentame.
Importa dizer
que os espíritos obsessores perigosos, vingativos, perversos, levianos,
mistificadores e, portanto, maldosos, odiosos, ressentidos, impuros, usam da
sua inteligência prática para se infiltrarem sub-repticiamente, com refinada
astúcia e esperteza, entre os encarnados e desencarnados, ou seja, no mundo
corpóreo e incorpóreo, promovendo desequilíbrios psíquicos nas suas vítimas
através das suas ações pertinazes de assédio a estes seres de ambos os planos,
principalmente aqueles endividados ou comprometidos perante as Leis de Deus.
Mas, a despeito disso, todos eles violadores que são destas Leis são também
filhos de Deus, e a eles são propiciadas oportunidades para alcançarem o perdão
e a graça, a partir do sincero arrependimento quando evoluírem pela inteligência,
vontade e a consciência moral.
Importa dizer,
ainda, que o espírito quando desencarna carrega consigo todo o acervo de
atributos que possui desde a sua criação e desenvolvidos nas experiências
obtidas no plano carnal em cada existência. Portanto, no plano corpóreo ou
incorpóreo, ele estará sempre monitorado subjetivamente pela própria
consciência, avaliando e julgando a si mesmo segundo as conseqüências de suas
próprias ações.
Deste modo, o
Espiritismo e a Ética, como ciências, se ocupam do mesmo fenômeno moral. A
primeira induz os seres humanos a agirem segundo as regras morais contidas no
Evangelho de Cristo, ou seja, como eles devem conduzir-se no seu relacionamento
moral com os seus semelhantes, para que haja paz, amor, caridade, concórdia e
solidariedade entre todos, estejamos encarnados ou não, “propondo-nos o
conhecimento, o descobrimento, a transformação e a iluminação de nós mesmos,
através das suas regras” (veja Adenáuer
Novaes em Psicologia & Universo Quântico). A segunda, “enquanto ramo do
conhecimento humano tem por função essencial a tarefa de investigar a realidade
dentro da qual cada momento da história foi vivido e explicar os valores que
conduziram a determinado tipo de comportamento, isto é, determinado tipo de
moral que naquele foi aceito” (veja
Lázaro Plácido Lisboa (Coordenador) em Ética Geral e Profissional em Contabilidade). “Embora seja uma disciplina
normativa não cria normas ou regras”, porém, “aprimora e desenvolve o sentido moral dos seres humanos,
influenciando a sua conduta, mostrando os valores e princípios que devem
nortear as suas existências”, como acentua Nalini
(Obra citada). De modo que: uma e outra são interdisciplinares; ambas são
ciências de observação e reflexão; representam as faces do mesmo fenômeno, mas,
não se confundem, pois, seus objetivos são específicos; se complementam e se
relacionam. O Espiritismo, a partir dos seus ensinamentos morais tende a
sugerir e promover, através da sua ascese, a mudança nos comportamentos e
relacionamentos dos seres humanos, mostrando o caminho a seguir na busca da
perfeição espiritual. À Ética cabe o estudo, a avaliação e julgamento da
conduta moral destes seres na busca deste objetivo essencial do espírito, vez
que somos os agentes e os portadores dos instrumentos da ética e da moral.
Em 15 de setembro de 2012.
LEIA AQUI: O ESPIRITISMO E A ÉTICA - PARTE I
O ESPIRITISMO E A ÉTICA PARTE II
Imagem pesquisada na web, havendo direitos autorais, favor nos avisar para darmos os devidos créditos ou a retirarmos do blog.
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