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O ESPIRITISMO E A ÉTICA - FINAL

*Por Alfer Sant

Quando se trata da conduta moral, os seres humanos utilizam-se do livre arbítrio ou da sua liberdade que lhes é peculiar e, se decidem por fazerem o mal (espíritos inferiores), apreendido pela sindérese, aos seus semelhantes, sejam eles encarnados ou não, e se o conseguem, terminam por acarretar prejuízos mentais, sociais, emocionais, tanto quanto físicos, materiais e econômicos financeiros, a depender do nível moral em que se encontram ambos, vítima e desafeto. E se decidem por fazerem o bem (espíritos superiores), trarão grandes benefícios no âmbito individual quanto no da sociedade, quiçá no da humanidade.

Assim, por exemplo, um espírito obsessor (ser humano desencarnado ou não) na sua maldade e desejo de vingança, ou por mero prazer de transmitir o seu sofrimento ou a sua dor à sua vítima, numa perseguição cruel, age com prudente operação planejada, de forma que geralmente consegue alcançar seus objetivos nefastos. E consegue, na maioria das vezes, no caso em que o seu suposto inimigo se encontra vibrando também numa baixa intensidade de freqüência psíquica e as ondas emitidas pelos seus pensamentos e sentimentos se sintonizam, interpenetrando e acoplando-se o perispírito de um ao outro, produzindo diversos estragos, como dito acima.

É claro, pois, que o obsessor é possuidor de inteligência prática e, portanto, é o órgão ou sensor ético racional que lhes permite conhecer os princípios fundamentais da sua ação; agir com prudência ou sabedoria; avaliar a sua conduta e reconhecer que fez, faz ou quer fazer mal à sua vítima. É o que observamos quando estamos no Centro Espírita (Casa da Fraternidade Noélia Rodrigues Duarte, Boca do Rio - Salvador /BA), nas reuniões mediúnicas, momento em que o espírito comunica as suas ações ou intenções maléficas, deletérias, através do médium que o incorpora, como realizou ou como pretende realizá-las. Porém, depois de aconselhado, doutrinado segundo os princípios morais do Evangelho de Cristo, sua consciência moral se alarga, se amplia e pode arrepender-se do que fez ou do que iria fazer e, neste último caso, pode desistir do tentame.

Importa dizer que os espíritos obsessores perigosos, vingativos, perversos, levianos, mistificadores e, portanto, maldosos, odiosos, ressentidos, impuros, usam da sua inteligência prática para se infiltrarem sub-repticiamente, com refinada astúcia e esperteza, entre os encarnados e desencarnados, ou seja, no mundo corpóreo e incorpóreo, promovendo desequilíbrios psíquicos nas suas vítimas através das suas ações pertinazes de assédio a estes seres de ambos os planos, principalmente aqueles endividados ou comprometidos perante as Leis de Deus. Mas, a despeito disso, todos eles violadores que são destas Leis são também filhos de Deus, e a eles são propiciadas oportunidades para alcançarem o perdão e a graça, a partir do sincero arrependimento quando evoluírem pela inteligência, vontade e a consciência moral.

Importa dizer, ainda, que o espírito quando desencarna carrega consigo todo o acervo de atributos que possui desde a sua criação e desenvolvidos nas experiências obtidas no plano carnal em cada existência. Portanto, no plano corpóreo ou incorpóreo, ele estará sempre monitorado subjetivamente pela própria consciência, avaliando e julgando a si mesmo segundo as conseqüências de suas próprias ações.

Deste modo, o Espiritismo e a Ética, como ciências, se ocupam do mesmo fenômeno moral. A primeira induz os seres humanos a agirem segundo as regras morais contidas no Evangelho de Cristo, ou seja, como eles devem conduzir-se no seu relacionamento moral com os seus semelhantes, para que haja paz, amor, caridade, concórdia e solidariedade entre todos, estejamos encarnados ou não, “propondo-nos o conhecimento, o descobrimento, a transformação e a iluminação de nós mesmos, através das suas regras” (veja Adenáuer Novaes em Psicologia & Universo Quântico). A segunda, “enquanto ramo do conhecimento humano tem por função essencial a tarefa de investigar a realidade dentro da qual cada momento da história foi vivido e explicar os valores que conduziram a determinado tipo de comportamento, isto é, determinado tipo de moral que naquele foi aceito” (veja Lázaro Plácido Lisboa (Coordenador) em Ética Geral e Profissional em Contabilidade). “Embora seja uma disciplina normativa não cria normas ou regras”, porém,aprimora e desenvolve o sentido moral dos seres humanos, influenciando a sua conduta, mostrando os valores e princípios que devem nortear as suas existências”, como acentua Nalini (Obra citada). De modo que: uma e outra são interdisciplinares; ambas são ciências de observação e reflexão; representam as faces do mesmo fenômeno, mas, não se confundem, pois, seus objetivos são específicos; se complementam e se relacionam. O Espiritismo, a partir dos seus ensinamentos morais tende a sugerir e promover, através da sua ascese, a mudança nos comportamentos e relacionamentos dos seres humanos, mostrando o caminho a seguir na busca da perfeição espiritual. À Ética cabe o estudo, a avaliação e julgamento da conduta moral destes seres na busca deste objetivo essencial do espírito, vez que somos os agentes e os portadores dos instrumentos da ética e da moral.
Em 15 de setembro de 2012. 

*Alfer Sant é  pseudônimo usado pelo autor do texto que é mestre em economia, advogado, professor universitário e doutrinador espírita há mais de 40 anos.

LEIA AQUI: O ESPIRITISMO E A ÉTICA - PARTE I 
                       O ESPIRITISMO E A ÉTICA PARTE II

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