No domingo das Festas de Carnaval, deste ano de 2011, encontrei, na praia, um casal de amigos e sentei-me à sua mesa. O sol estava deslumbrante, radiante e a sua luminosidade era tão intensa que até incomodava os olhos sem proteção. Era um dia alegre e feliz para todos que ali se encontravam.
Havia meses que não os via e, por acaso, lá estavam eles curtindo, divertindo-se e, claro, degustando uma cerveja, que também me foi oferecida, logo que nos confraternizamos. Aceitei agradecido.
Depois de algum tempo, em meio a conversas outras encetadas, ela contou-me que estava, e não era de agora, passando por tormentos e dissabores e que muitas coisas não estavam indo bem na sua vida.
Não é meu costume fazer julgamentos, mas, logo pensei: É claro, ela é médium e não cuida da mediunidade ostensiva que possui e não a desenvolve e, assim sendo, torna-se um aeroporto de obsessores que lhes transferem muitas das suas mazelas, sejam elas sentimentais, emocionais, espirituais. Isto lhe foi dito, e ela reconheceu que assim é, mas, falta-lhe vontade, determinação e entusiasmo para freqüentar um Centro Espírita e estudar a doutrina, viabilizando a sua reforma íntima. Disse-lhe, ainda, que através da sua mediunidade poderia fazer o bem, difundir o amor pela caridade e alcançar à misericórdia de Deus.
E ela retrucou dizendo:
-Talvez eu não mereça.
Em resposta asseverei. Em verdade, em se tratando do amor de Deus, a questão não é merecer ou não, porque Deus é soberanamente justo e bom e não discrimina os seus filhos e, portanto, todos são alvos da Sua misericórdia, das Suas bênçãos, do Seu amor. Aos espíritos maus, Ele oferece sempre a possibilidade de reabilitarem-se, aos bons a oportunidade de progredirem, evoluírem.
Acontece, entretanto, que muitos de nós estamos com a freqüência vibratória muito baixa, densa, negativa, pelo mau uso do nosso livre arbítrio, e não conseguimos alcançar as graças que nos são enviadas, amorosamente, pela Divindade maior. Então, devemos trilhar sempre o caminho do bem se quisermos habilitar-nos às dádivas que vêm do céu para socorrer-nos a todo momento. A felicidade está, pois, na sintonia que devemos ter com a Divindade, sempre pensando e praticando o bem.
Em dado momento, ela olhou para o relógio, levantou-se e disse-me:
-Vou embora mais cedo porque devo fazer uma visita hoje a uma pessoa amiga que está doente e hospitalizada. E eu lhe disse: Vá porque essa visita fará muito bem a você e à enferma.
Mas, antes de ir embora, comunicou-se um espírito, deu-me um longo abraço apertado, à moda de um caboclo. E agora com a voz mais grave, sussurrou:
-Você precisa deste abraço. E se foram...
Você que acaba de ler este relato, atente para o fato de que ele não disse: Você merece este abraço. Portanto, a questão não é merecer ou não, vez que todos, sem exceção, somos merecedores e carentes das Graças Divinas.
"A Graça de Deus é concedida a cada devoto conforme o nível da sua consciência espiritual." (Sahtya Sai Baba).
Alfer Sant
Nota: Alfer Sant é pseudônimo. O autor do texto é advogado, economista, professor universitário e doutrinador espírita há mais de 40 anos.
/Um texto interessante!
ResponderExcluirBeijo
Graça