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MEDICINA E ESPIRITISMO - Final


Esta é a última parte da palestra sobre Medicina e Espiritismo proferida pelo Dr.José Carlos Pereira Jotz*.

Tabaco, álcool, drogas, excesso no sexo e na alimentação, são de livre opção atual, não incursos originalmente no processo evolutivo de ninguém. Quem a qualquer deles se vincula, colherá o efeito prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar solução de emergência. Temos a tendência a justificar pela hereditariedade os nossos “desvios de conduta”. Escolhe-se começar a fumar (precisando perseverança para aprender a engolir fumaça); escolhe-se começar a beber (precisando superar a barreira do gosto amargo ou da sensação de queimação na garganta); escolhe-se abusar na alimentação (para isso não se precisa esforço, basta apenas a desculpa para os fatos que ocorrem - come-se demais por estar triste ou por estar alegre; por conquistar algo que desejava ou por não conquistar; para comemorar quando começa o namoro ou para esquecer quando rompe o namoro - enfim, para tudo existe motivo para nos “agraciarmos com a comida”); escolhe-se abusar do sexo (nossos impulsos ainda estão presentes na quase totalidade das almas, e quando não conseguimos perceber a realidade do espírito, concentramos nossa atenção nos prazeres da carne). A hereditariedade presente nestes casos tem relação com a nossa vontade. Posso ser membro de uma família que há dez gerações tem problemas de alcoolismo. Posso ter o gene pois participo desta “comunidade espiritual” há muitos séculos, mas EU escolho continuar nesta caminhada de uso do álcool ou não. O gene não estimula a beber, o gene sinaliza que a pessoa tem problema com o álcool. Por que os outros podem beber só um pouco e eu não? Porque possivelmente eles até o momento não tenham abusado do uso em alguma encarnação, gerando desequilíbrios na sua estrutura perispiritual. Pode ser que nunca venham a cometer ou venham a fazê-lo em outro instante. O importante é prestar atenção em como eu reajo. Se eu observo que cometo abusos, se os outros falam que cometo excessos, a melhor alternativa é não usar.

E a energia vital. Como equilibrá-la? De um ponto de vista energético, o corpo físico debilitado oscila numa freqüência diferente daquela quando em estado saudável. Temos um nível de energia quando estamos bem e outro nível quando estamos mal.


Quando a pessoa é incapaz de alterar o seu modo energético para a freqüência adequada, talvez seja necessário aplicar-lhe certa dose de energia sutil, o que pode fazer com que seus sistemas bioenergéticos passem a vibrar de forma apropriada. São os momentos em que precisamos de uma ajuda externa para equilibrar o meio interno. Quando passamos muito tempo em desequilíbrio, começamos a apresentar sintomas. O ideal é que consigamos perceber a alteração na energia antes e começar a reequilibrá-la o mais cedo possível.

Existem formas de tratamento que interagem também com a energia do ser humano como a acupuntura, a homeopatia, a antroposofia, a cromoterapia, os florais, os fatores de auto-organização, os elixires de pedras preciosas, o passe magnético, a prece, a água fluída, etc. Muitas destas formas de tratamento encontramos nas casas espíritas (passes, água fluida, cromoterapia, em algumas casas ainda se utiliza a homeopatia sob a supervisão de médicos homeopatas) e as demais com os profissionais da área da saúde. No entanto, a medicina não deve ter como foco apenas o tratamento do corpo, pois desta forma não obterá a cura, apenas melhora dos sintomas. Por este motivo, as formas de tratamento relacionadas acima são importantes de serem utilizadas, mesmo associadas a tratamentos clínicos convencionais, pois são auxiliares para o re-equilíbrio do corpo, da mente e do espírito.

Pesquisas realizadas com ajuda de clarividentes sugerem que as doenças iniciam-se primeiramente no corpo etérico e em outros veículos de freqüências superiores. Neste caso os sinais de doenças poderão ser percebidos no corpo etérico antes que seja possível detectá-los no corpo físico. Isto vem ao encontro do que o espiritismo já dizia: as perturbações iniciam com os sentimentos desequilibrados afetando o perispírito, e posteriormente provocando alterações na mente e no corpo físico. O ideal é que se possam detectar as doenças num estágio suficientemente precoce para que impeça a manifestação física da doença no nível celular. No momento em que isto começar a ser feito, muitas doenças deixarão de ser vistas com tanta freqüência.

A doença é o caminho pelo qual o ser humano pode seguir rumo à cura. Quanto maior for nossa compreensão, maior nosso aproveitamento das coisas que nos cercam. O inconsciente é sábio e dá uma dica do que está afetando o equilíbrio do todo. Nós é que precisamos aprender a reconhecer a linguagem da mente e suas influências no corpo. A cura acontece através da incorporação daquilo que está faltando e, portanto, ela não é possível sem uma expansão da consciência. Precisamos expandir nossa consciência aprendendo a identificar o que os nossos sentimentos provocam como resposta. Ninguém sente ódio ou inveja sem uma conseqüência em si mesmo. É preciso perceber as reações que surgem em nós quando emitimos estas vibrações.

O desenvolvimento de valores como paciência, humildade, bondade, perdão, tolerância, caridade e amor, são características de consciência plenamente desperta, de unidade perfeita e de perfeito entrosamento de Deus para com o homem. Este é o caminho da cura. Não conquistaremos a cura plena sem o desenvolvimento destas qualidades. Até lá, continuaremos doentes do espírito, com corpos aparentemente saudáveis. Precisamos nos aproximar do Pai Maior. Ele é o nosso equilíbrio. Estar com Ele significa estar curado. Lembremos disto todos os dias, principalmente dentro do lar, com aquele irmão ou irmã que pode neste momento estar atrapalhando a nossa leitura. Ele ou ela é apenas um instrumento para nos mostrar que ainda somos imperfeitos, e que precisamos nos esforçar mais. Chega de deixar para amanhã. Chega de deixar para a próxima encarnação. Chega de pensar apenas nos prazeres do corpo. Dediquemos alguns minutos do dia para meditar, refletir, vibrar a mente positivamente. Passamos horas na academia, no salão de beleza, no restaurante, nas casas de massagem, nas discotecas, nos campos de futebol, e reclamamos quando temos de ir tomar um passe ou fazer o evangelho no lar. Não podemos alegar que não fomos avisados. Os sinais estão por toda parte. Apenas nós insistimos em negá-los.

E quais são as responsabilidades de médico e paciente no processo de cura? Qual é o papel do espiritismo neste processo?

O princípio mais importante para a medicina que trabalha com as vibrações é o conceito de que os seres humanos são sistemas dinâmicos de energia que refletem os padrões evolutivos do crescimento da alma. Embora nossos corpos nem sempre identifiquem qual o estado de nosso espírito (graças à bondade divina temos a oportunidade de uma roupagem nova a cada encarnação, adequada para as lições que precisamos aprender), ele vibra dentro de um padrão que revela o quanto já conseguimos evoluir. Determinadas pessoas, com capacidade intuitiva ou mediúnica mais desenvolvida, conseguem, simplesmente olhando para outra pessoa, identificar o que se passa no seu interior. Nós também aprenderemos a fazer isto quando deixarmos de prestar atenção apenas no nosso umbigo e nos ligarmos mais com os planos superiores. Lembremos que amar a si mesmo não significa esquecer do outro. Precisamos crescer em conjunto, aprendendo a nos valorizar como participantes da criação, com qualidades em desenvolvimento e defeitos em processo de correção, e continuar desenvolvendo o amor ao nosso semelhante

O médico não deve ser apenas um agente promotor da cura, mas também um educador. No entanto, o paciente é o principal responsável pela sua cura. Se prestarmos atenção, muitos médicos hoje já executam este trabalho de orientação com relação a medidas de higiene, alimentação, exercícios. Os psiquiatras já fazem a orientação quanto aos aspectos emocionais. No futuro todos os médicos terão como parte do seu labor o objetivo de desenvolver e lembrar da importância da espiritualidade de cada um, o que muitos já estão a realizar. É muito mais fácil tomar um comprimido que proporcione um rápido “conserto” do organismo, do que modificar os hábitos potencialmente insalubres que possam estar contribuindo para o problema da saúde. Devemos deixar de esperar apenas que os comprimidos ou o tratamento médico atuem e começar a utilizar o potencial da nossa mente na busca do equilíbrio perdido. Precisamos deixar de lado a preguiça ou a posição de criança que fica emburrada quando tem de fazer algo que não gosta, e lembrar que, quando a doença aparece é porque fizemos demais as coisas que gostávamos, sem pensar nas conseqüências. Tem gente com orientação para andar mais e comer menos, mas prefere tomar remédio porque é mais fácil.

Cada ser humano é responsável pela busca do seu equilíbrio, da sua harmonia. O espiritismo auxilia no tratamento da consciência humana, lhe apresentando novos valores, educando o espírito. Com o conhecimento das informações a respeito do espírito e da vida na espiritualidade, temos a necessidade de direcionarmos a nossa atenção também para esta realidade. Somente através da educação do espírito conseguiremos atingir os planos superiores. O espiritismo, como o consolador prometido, tem auxiliado inúmeras almas a se despertarem do torpor de séculos anestesiados pelos prazeres físicos ou no revide de atos praticados contra a honra ou os interesses materiais.

Muitos pacientes só adotam hábitos mais saudáveis após algum acontecimento traumático ou o diagnóstico de uma doença grave. Infelizmente ainda não aprendemos as lições que o Evangelho nos transmite. Quando se diz que precisamos ter fé, que temos o amparo da espiritualidade maior, isto significa que, mantendo-nos ligados com os planos superiores, em pensamentos, atos e atitudes, em comportamentos e sentimentos, estaremos sempre contando com o apoio dos benfeitores espirituais, que contam conosco para que a mensagem que Jesus trouxe se cumpra em todos os corações. No entanto, temos a mania de pensarmos que nunca nenhum mal nos acontecerá porque vamos semanalmente na casa espírita ou fazemos o evangelho no lar. Ao mesmo tempo descuidamos das necessidades do corpo: nunca não praticamos nenhum tipo de exercício físico (porque não gostamos); não dormimos o suficiente para recuperar as energias (porque achamos que dormir "é perda de tempo"); abusamos da alimentação dizendo não ser possível ficar sem um determinado alimento como doces, pães, chocolates, etc (porque pode estragar ou os outros vão comer); não conseguimos deixar de beber ou de fumar (porque sem eles não se consegue ficar calmo), como se tivéssemos nascidos condenados a sermos dependentes destas substâncias. É muito comum descobrirmos que éramos capazes deste autocontrole quando surge um diagnóstico de doença grave ou incurável. Por que antes não era possível? Somente voltamos os nossos sentidos ao Pai Maior quando estamos em aperto? Continuamos sempre esperando que o milagre aconteça, havendo a cura do dia para a noite. E a nossa parcela de comprometimento com esta recuperação? O Pai sempre perdoa, mas após ser feita a semeadura, a colheita é obrigatória.

O médico do futuro combinará o conhecimento científico e o conhecimento espiritual a fim de promover a cura em todos os níveis. Esta é uma expectativa. Não consigo pensar em cura do corpo e da mente sem o equilíbrio do espírito. Como tendemos a uma evolução, acredito firmemente que venceremos a materialidade e nos ligaremos mais com os planos superiores. Os médicos apresentarão uma intuição mais clara, percepção dos miasmas impressos no campo perispiritual e, conseqüentemente, saberão orientar o que cada paciente precisará trabalhar naquele momento quanto aos sentimentos e emoções.

MUITA LUZ, PAZ, HARMONIA E SAÚDE A TODOS


*José Carlos Pereira Jotz é arquiteto, médico. Mestre em Ciências da Saúde: Cardiologia pela Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Trabalhador da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, em Porto Alegre – RS e Colaborador da Federação Espírita do Rio Grande do Sul. Com a finalidade de esclarecer, orientar e compartilhar aprendizados e conhecimentos a respeito das questões de saúde e espiritualidade, Sr. Jotz escreveu dois livros: “Espírito Saudável: Mente Sã e Corpo São” e “Estresse e Hipertensão Arterial”, este é o primeiro volume da coleção “Harmonizando o Espírito – Exercícios Terapêuticos”. Conheça melhor o autor e seus trabalhos acessando o site: http://www.josecarlosjotz/

Nota: A divulgação desse material em nosso blog foi autorizada, via e-mail, pelo autor, ao qual somos gratos por essa gentileza.

Imagem retirada da internet, caso tenha direitos autorais favor nos avisar que a retiramos do blog imediatamente.

LEIA TAMBÉM: MEDICINA E ESPIRITISMO - Parte I
MEDICINA E ESPIRITISMO - Parte II

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