Vivemos fases cronologicamente determinantes em nossas vidas. Determinantes para aproveitarmos todas as etapas que a vida, sabiamente, nos faz cumprir, para o nosso bem, para o nosso crescimento como ser humano e espiritual: ser criança, viver ludicamente esse momento pueril, o engatinhar, o aprender andar, balbuciar palavras, nos deparar com o mundo gigante ao nosso redor. Depois vem o período da adolescência, do primeiro beijo, do amor de verão, dos arroubos juvenis, das descobertas. Seguimos na fase jovem, das baladas, “do ficar”, sem nos preocuparmos com as coisas sérias da vida, tudo o que queremos é viver, viver e viver.
Entramos em outro ciclo: da responsabilidade, faculdade, primeiro emprego, namoro sério, casamento, filhos, não necessariamente nesta ordem. Chegam às estações madura e idosa, com suas conquistas e dissabores.
Essas ocasiões ocorrem tranquilamente para aqueles que “vivem uma vida normal”. As aspas são para salientar que não há normalidade, nem anormalidade. Há circunstâncias e experiências e visão de mundo para cada um de nós.
O cinema nos oferece uma oportunidade de reflexão sobre todos esses momentos e circunstâncias da vida, com o filme: “O curioso caso de Benjamin Button”. Uma excelente película de David Fincher, adaptado do conto de F. Scott Fitzgerald (escrito em 1922), que leva o mesmo nome. O filme conta a história de Benjamim Button (Brad Pitt que, por sinal, está magistral) que nasce na condição de idoso, com 80 anos e faz o caminho inverso, rejuvenescendo a cada dia. As circunstâncias em que nasce a criança (velho), a sua história de vida, conquistas, descobertas, perdas e despedidas, levam-nos a pensar sobre questões que nos fazem nobres, de espírito e de caráter: o perdão, a entrega, o amor.
Como um Ser que já nasce “idoso”, enfrenta as vicissitudes que a velhice acarreta; todavia, a nobreza da sua “Alma” está ali, pulsante, esperando o momento mágico, da metamorfose. Trechos do filme que nos tocaram profundamente:
“Nunca sabe o que lhe espera.
Nunca sabe o que exatamente lhe espera”
“Bem podes ficar chateado da forma como as coisas ocorreram.
Podes praguejar, podes falar mal do seu destino...
mas quando chegas ao fim,
tens que se comportar à altura.
Podes ficar irado como um cão raivoso,
da forma como as coisas aconteceram...
podes praguejar e amaldiçoar o destino...
mas quando chegas perto do fim...
tens que perdoar.”
Por conseguinte, os leitores só irão entender, claramente, os fragmentos citados, quando assistirem ao filme que emociona, que encanta e que transforma o nosso olhar perante cada lance de nossa existência. Imaginem-se vivendo da velhice para infância, o inverso do que fez o Criador...
Confiram!
Abraços fraternos,
Simone
Filme: O curioso caso de Benjamin Button
The Curious Case of Benjamin Button
EUA, 2008 - 166 min.
Categoria: Drama
Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Tilda Swinton, Faune A. Chambers, Elias Koteas, Donna Du Plantier, Jason Flemyng, Joeanna Sayler, Taraji P. Henson, Mahershalalhashbaz Ali, Fiona Hale.
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Passando rapidinho para deixar um bom dia e um abraço.
ResponderExcluirbeijooo.
Olá,
ResponderExcluirTenho um blog onde faço comentários de livros e filmes que leio / assisto. Recentemente postei um comentário exatamente sobre "O Curioso Caso de Benjamin Button". E já que você falou em normalidade, me lembrei que o Prof. Hermógenes (de Yoga) diz que a humanidade está sofrendo de "normose", todos queremos ser normais e vivemos copiando os outros para não cairmos no ridículo. Esse filme me levou a pensar muito nisso. Vivemos tão bitolados envoltos no dia-a-dia da nossa vidinha que esquecemos de pensar no novo, no inusitado, no diferente. Esquecemos de mudar e de aprender com as experiências. Crescemos por fora, mas não por dentro.
Abraços!